Sessão Pública | “Porque todos queremos uma Reserva Viva”

Ambiente

"Porque todos queremos uma Reserva Viva”, foi, no passado dia 17 de janeiro, o ponto de partida para uma sessão pública que decorreu na Biblioteca Municipal de Castro Marim, uma iniciativa da Comissão de Cogestão da Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de St. António.

A sessão reuniu representantes das entidades que integram a Comissão de Cogestão – municípios de Castro Marim e Vila Real de St. António, Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), Universidade do Algarve, Associação de Defesa do Património de Mértola, Cooperativa Terras de Sal, Associação Odiana e Associação Naval do Guadiana – e técnicos de outras entidades e empresas do território.

Depois da apresentação do modelo de Cogestão desta Reserva, que assenta numa gestão de proximidade pelas referidas entidades e tem por base um protocolo de colaboração técnica e financeira entre a AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve, o Fundo Ambiental e o ICNF -, os presentes dividiram-se em três grupos de trabalho, com o objetivo de identificar constrangimentos e potencialidades da gestão da Reserva, prioridades e necessidades do território e projetos ou ações consideradas prioritárias na valorização da Reserva.

Entre as principais conclusões, na área da acessibilidade, estão a necessidade de melhorar a sinalética e o estacionamento na Reserva, bem como a articulação de uma rede de transportes públicos que reconheça este património como ponto de paragem. A construção da Ciclovia da Lezíria, entre Castro Marim e VRSA, foi um dos pontos fortes identificados na valorização da Reserva. O desenvolvimento de outras vias cicláveis, projetadas para um curto horizonte no território de Castro Marim, permitirá uma melhor fruição da mesma, sem chocar com os valores de preservação e sustentabilidade em que assenta. Com o mesmo objetivo, o melhoramento de aspetos que interferem com a harmonia estética da paisagem.

Apontada como potencial modelo piloto de Cogestão, esta comissão pretende trabalhar com “bom senso e consenso”, sublinhou o presidente Francisco Amaral, garantindo que o trabalho passa pela articulação de uma estratégia conjunta destas entidades e os interesses e necessidades da comunidade que sente e vive a Reserva, uma estratégia que permita o crescimento sustentável das atividades económicas aqui presentes, como a salinicultura, e da atividade turística/lazer, sem, no entanto, esquecer que se trata de uma Reserva Natural, e é por isso sustentada em valores de preservação da biodiversidade que não podem ser negligenciados em detrimento de outros.

A próxima sessão pública para contribuir para uma “Reserva Viva”, mais ativa, dinâmica e próxima da comunidade, acontece no dia 24 de janeiro, pelas 10h30, na Biblioteca Municipal de VRSA.